A noite ainda envolvia a mansão Avelar com seu silêncio elegante, quando Daniel se despediu de Eveline e Marcus na porta. Clara, que também ajudava a organizar os últimos detalhes da mesa já vazia, preparava-se para sair quando Daniel se aproximou.
— Clara, espere um instante — disse ele, a voz mais baixa, quase um sussurro. — Já está tarde. Não acho seguro você dirigir sozinha agora.
Ela hesitou por um momento, surpresa com a proposta.
— Posso chamar um carro de aplicativo, não se preocupe...
— Não é isso — Daniel interrompeu, gentilmente. — Se quiser, pode dormir aqui. O quarto de hóspedes está pronto e você já é quase da casa.
Clara sorriu com doçura. O vestido bordô que usava ainda balançava com suavidade quando ela se virou para ele.
— Tudo bem. Obrigada por se importar.
Daniel assentiu, mas seus olhos permaneceram nela por alguns segundos a mais. Havia algo novo ali. Uma consciência mais clara do que ela representava em sua vida.
Após terminar de guardar a louça com a ajuda de M