O Contra-ataque de Roberto. Capítulo 31
O relógio da parede marcava 22h47 quando Roberto Navarro entrou na suíte executiva do prédio que controlava como se fosse seu império pessoal. O andar superior da Nexus ainda estava mergulhado em silêncio, mas ele sabia, sentia, que algo havia se deslocado. Como uma peça fora do lugar num tabuleiro onde ele ditava as regras.
Jogou a chave sobre a bancada de mármore, o som seco ecoando. Afrouxou o nó da gravata, o maxilar travado e passou os dedos pelos cabelos como se o gesto pudesse apagar o dia turbulento. Mas não podia. Porque não era só um dia. Era uma ameaça que crescia.
O painel de vidro acendeu com um leve zumbido. A luz fria refletiu nas pupilas dele, que nem piscaram.
Roberto deslizou os dedos sobre a superfície, puxando primeiro os contratos. Os números surgiram em sequência ordenada, limpos demais. Depois vieram os extratos bancários, movimentações regulares, previsíveis, insuportavelmente normais. Por fim, abriu as mensagens internas. Trocas burocráticas, termos técnicos,