O Jogo de Roberto. Capítulo 43
A ausência, às vezes, é a forma mais precisa de controle.
O espelho do hotel refletia o rosto de um homem que parecia outro.
A barba crescida de uma semana riscava a pele, e os olhos, antes calculadamente encantadores, estavam mais fundos e mais escuros.
Roberto Carvalho se inclinou sobre a pia, lavando o rosto com água fria. As gotas escorriam pelo queixo e caíam na porcelana, como se pudessem levar junto o que restava de humanidade.
Fazia algumas semanas desde o soco que ele havia levado. Alguns dias desde que Enzo Castro, o funcionário que ele jurava controlar, o fez sangrar diante da mulher que ele acreditava possuir.
Desde então, ele decidiu não voltar à Nexus, nem atendeu às ligações do conselho, nem mesmo as ligações da própria Isabella. Ele deixou que todos acreditassem que ele estava “recolhido” após o incidente, mas o isolamento dele era outro tipo de estratégia.
Na mesa ao lado da cama do hotel, o laptop exibia uma sequência de códigos.
A tela mostrava uma interface oculta,