A luz bruxuleante da lareira lançava sombras que dançavam pelas paredes da sala, enquanto Ivy tentava ignorar o olhar fixo de Lucian. Ele parecia analisá-la, desvendando algo que ela ainda não tinha coragem de revelar.
— Então, como exatamente você acendeu aquilo? — perguntou, indicando as chamas com um movimento sutil da cabeça. Seu tom era casual, mas o olhar carregava desconfiança.
Ivy prendeu a respiração, tentando soar natural:
— Acho que alguma brasa estava escondida ali, sabe? Talvez tenha reacendido sozinha com o vento...
— O vento? — Lucian arqueou uma sobrancelha, sua incredulidade clara. — Dentro de uma casa fechada?
Ela deu de ombros, tentando parecer desinteressada.
— Coisas assim acontecem, não? Casas antigas, correntes de ar... A janela quebrada!
Uma gota de suor escorreu pela nuca de Ivy enquanto ela evitava o olhar dele. O desconforto dela parecia só alimentar a curiosidade fria de Lucian, que finalmente deixou o silêncio se alongar por mais tempo do que dever