(ALANA)
A noite caiu pesada, abafada, como se até o céu respeitasse o luto que me consumia. Klaus, meu sogro e Ozil haviam encerrado a conversa comigo sem pressa, como se não quisessem lançar mais pedras sobre uma alma já estraçalhada. Mas a pedra havia sido lançada e tinha nome. Matthew.
Não consegui ficar dentro da casa. O ar parecia denso e sujo. Cada parede carregava um eco de lembranças que agora ardiam. Fui andando sem rumo até a parte de trás da antiga propriedade do clã de Klaus que ficava um pouco distante da casa principal, onde um rio serpenteava entre as árvores. Ozil me seguiu em silêncio, como uma sombra que protege.
Ele parou ao meu lado, observando a água escura correr.
— Vem — disse, tirando a camisa. — Nadar sempre me ajuda a pensar. A sentir menos.
Fiquei ali, parada. Observando seu corpo entrar lentamente na água. A luz da lua desenhava linhas de prata em seus ombros. Quando ele mergulhou e voltou à tona, com os cabelos grudados na testa e os olhos fixo