Simon Duarte
A matéria estava em todos os lugares.
Em todos os Sites, redes sociais, grupos de investidores. Manchetes em letras pretas, frias, afiadas. Meu nome no topo. Meu rosto ao lado. E abaixo, palavras como “fraude”, “corrupção”, “superfaturamento”.
Eu li tudo em silêncio. Uma vez. Depois outra. Na terceira, já sabia que não era só um ataque. Era uma execução.
Charles tinha começado.
O telefone tocava sem parar e várias mensagens pipocavam na tela. Clientes pedindo explicações e fornecedores suspendendo entregas. Parceiros congelando contratos.
A Vértice sangrava.
Chamei uma reunião de emergência com os diretores. Sala fechada, ar pesado, rostos tensos. Romeu entrou por último. Camisa escura, olhar duro. Sentou-se ao meu lado, mas não me olhou.
— A denúncia é falsa — comecei. — Os documentos foram manipulados. As datas não batem e os contratos estão íntegros.
— Isso não importa agora — disse Helena, diretora financeira. — A imagem já foi manchada. E o mercado reage à im