Noah Benson
O Simon me ignorou a semana inteira. E não foi só silêncio — foi como se eu tivesse virado um estranho. Ele passava por mim no corredor sem olhar. Respondia minhas mensagens com “ok” e “depois te falo”. E quando eu tentava puxar assunto, ele cortava com um “tô ocupado”.
Eu senti cada uma dessas ausências como se fossem socos.
Na aula, ele não sentava mais perto. No intervalo, ele sumia. E quando eu o encontrava por acaso, ele desviava como se minha presença fosse incômoda. Eu tentava fingir que tava tudo bem, mas não estava. Nem um pouco.
Noely se aproximou mais. E eu deixei. Não porque queria ela por perto. Mas porque era mais fácil do que encarar o vazio que o Simon estava deixando. Ela falava, ria, encostava no meu braço. E eu fingia que me importava, que estava bem com ela. Mas minha cabeça estava em outro lugar.
Na sexta, depois da aula, eu não aguentei. Peguei meu carro e fui até a casa dele. Sem avisar. Quando ele abriu a porta, parecia surpreso. Mas não fugiu.
— Oi