Simon Duarte
O silêncio entre mim e Noah estava ficando insuportável. Não era só falta de conversa. Era aquele tipo de silêncio que deixa o peito apertado.
Desde o último encontro, quando ele saiu da minha casa com um olhar que só me deixou mais inseguro — meio carinho, meio dúvida — a gente não teve mais tempo a sós. Na escola, só olhares rápidos. Não houve conversas. E com ele sempre cercado pelos amigos, a Noely sempre ali, cercando. Eu me sentia cada vez mais fora do lugar.
Tentávamos ter uma rotina normal. Aulas, encontros casuais com os amigos. Eu evitava os jogos de futebol e basquete. Era complicado para mim os esportes de contato. Isso naturalmente me excluía das conversas e alguns encontros.
Mesmo que desejássemos estar juntos, era difícil conciliar nossos momentos com nossa rotina, principalmente com a Noely sempre por perto.
Mas o que mais doía não era o distanciamento. Era a falta dos momentos que só a gente entendia. Aqueles em que o toque não precisava de explicaçã