Capítulo 17 – Elo Frágil

O dia começou com o céu manchado de cinza. Uma bruma carregada pairava sobre a cidade como um presságio. Eu estava no 21º andar da minha torre de vidro, observando a cidade pulsar sob meus pés, enquanto falava sobre lucros e investimentos com homens que jamais entenderiam o verdadeiro poder. Tudo estava em seu devido lugar.

Até que a porta da sala de reuniões se escancarou com violência.

— Rafael! — Era Lúcio. O rosto pálido, a respiração cortada. O silêncio caiu sobre a mesa. Os investidores me olharam como se o mundo tivesse congelado. Eu me levantei devagar, cada passo cheio de um pressentimento insuportável.

— Fala.

— É a Isabella... O carro dela... os freios... Ela bateu em alta velocidade na descida da Serra. Está no hospital. Em estado crítico.

O tempo parou.

Por um instante, senti o sangue sumir do corpo. As paredes da sala pareciam derreter ao meu redor. Eu não pensei. Não calculei. Apenas fui.

O hospital parecia mais um cemitério branco. Paredes estéreis, luzes frias e rosto
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