— Coelhinha. — Eu respirei fundo, atravessei o saguão em poucos passos largos e puxei ela direto pro meu peito.
Ela se derreteu contra mim.
— Ela simplesmente se encaixou no meu corpo, como se sempre tivesse pertencido ali. Sem nenhuma hesitação.
Eu beijei a testa dela, me curvando um pouco, já que ela sempre parecia menor sem salto.
— Não foi culpa sua. — Murmurei. — Essas coisas acontecem.
— Eu abandonei ele. — Ela sussurrou. — Eu sabia como ele fica fora de si quando se sente rejeitado. Mesmo assim, eu fui embora.
— Você não tinha escolha. — Falei. — As pessoas se encontram e, às vezes, cada um segue seu caminho.
Ela se afastou um pouco, os olhos avermelhados, mas decididos.
— Eu vou garantir que ele receba ajuda.
Eu afastei a franja do rosto dela, meus dedos ficaram um instante a mais na têmpora dela.
— Com certeza. — Falei. — Ele vai receber toda a ajuda que precisar. Eu vou cuidar disso.
Ela assentiu.
— Os olhos dela procuraram os meus, como se buscassem alguma certeza, alguma se