SLOANE
Eu entrei devagar no quarto, pisando leve no piso de linóleo. Meus olhos ficaram presos na mão de Knox, que largava o braço engessado de Finn.
Nenhum dos dois respondeu à minha pergunta.
Não com palavras.
Mas o silêncio era tão denso que ocupava todo o espaço entre eles.
Finn estava quase caindo da beirada da cama, o corpo virado como se quisesse fugir. A mão boa dele apertava o colchão, enquanto Knox permanecia em pé acima dele, maxilar travado, olhar impossível de decifrar, a mão sumindo no bolso como se nada tivesse acontecido.
Mas eu sabia o que tinha visto.
Knox estava inclinado quando entrei, apertando o braço machucado de Finn. Algum dia, um dos dois vai acabar contando o que realmente existe entre eles. Porque aquilo ali — seja lá o que for — não parecia ter a ver só com Finn ter tirado Delilah do Knox, como eu tinha imaginado.
Dava pra sentir no ar — um deles machucou o outro há muito tempo, e os dois carregavam esse peso até hoje. Só que, por mais doloroso que fosse, n