Marie Leroy
Ele se foi.
A porta ainda vibra com o estalo seco que selou sua saída, como se a madeira pudesse absorver o veneno das palavras que ele deixou no ar. O eco ainda paira na suíte, como um espectro. E tudo em mim, cada célula, cada músculo, cada osso… ficou congelado ali, parado no exato momento em que Giovanni Bianchi virou as costas e me deu as costas de uma vez por todas.
A respiração está presa. Os pulmões ardem como se não recebessem ar há minutos. Meus pés… não se movem, o sangue parece não circular, sinto as pontas dos dedos dormentes. O coração bate, mas não de forma humana. Ele bate como um tambor tribal, descompassado, errático, como se gritasse no meu peito: Ele n&