O som dos motores do jato particular rugia como um trovão engarrafado no céu escuro e gelado. Dentro da cabine silenciosa, o único ruído era o do relógio no pulso de Giovanni, marcando segundos que pareciam pesados demais.
Giovanni estava sentado com os punhos cerrados sobre os joelhos, os olhos fixos no vazio à frente. Nenhuma paisagem além da escuridão do céu noturno podia distraí-lo. Pela primeira vez em muito, muito tempo… ele sentia medo.
Medo real.
Não era o medo da morte. Ele já tinha desafiado esse tipo de coisa muitas vezes. Era o medo de não ser mais suficiente. O medo de chegar tarde demais. O medo de que Sophia… não o quisesse mais.
— Deseja alguma coisa, senhor Bianchi? — perguntou o comissário de bordo, discreto.
— Silêncio — respondeu Giovanni, rouco.
Não levantou o rosto, não piscou. Apenas cerrou mais a mandíbula e fechou os olhos como se o ato de respirar exigisse toda a concentração do mundo. Mas a tensão em seu corpo falava mais do que mil palavras.
Lembrava-se do