O céu da madrugada ainda escurecia as janelas amplas da cobertura quando Giovanni voltou. O terno impecável já estava jogado sobre a poltrona, a camisa aberta no peito, a gravata esquecida no chão. O cheiro do Black Room ainda pairava sobre sua pele: couro, perfume alheio, luxúria e vazio.
Ele caminhava como uma sombra, os passos descalços silenciosos sobre o mármore frio. No bar, encheu um copo com uísque até a borda e o bebeu em dois goles. Não havia saciedade. Nem alívio. Só o gosto amargo que se tornava rotina.
Sentou-se no sofá de couro negro e afundou o rosto nas mãos.
Nada preenchia.
Não importava quantas mulheres se ajoelhassem diante dele. Não importava quantas vezes fizesse os outros acreditarem que estava no controle. Sem Sophia… tudo era cinza. Tudo era mentira.
O som da porta se abrindo o tirou do transe. Ele ergueu os olhos devagar, sem surpresa. Apenas cansaço.
Foi então que a porta da frente escancarou com um estrondo.
— QUE PORRA FOI AQUILO ONTEM?! — a voz de Liam inv