Os dias passaram como borrões.
Sophia mergulhou no trabalho na lavanderia e, nas horas vagas, preenchia a cabeça com os preparativos para o início das aulas na faculdade. Era a sua maneira desesperada de se manter inteira, de não sucumbir à saudade, à dor latejante que insistia em crescer no seu peito.
Tentava sorrir, respirar, fingir que ainda era aquela garota cheia de sonhos.
Naquela tarde, Sophia combinou de encontrar Amélia na lanchonete próxima à faculdade. As duas se sentaram à mesa de sempre, e Sophia forçou um sorriso enquanto girava o canudo no copo de suco.
Amélia a observava em silêncio, com os olhos atentos.