O vento frio da madrugada cortava a cidade como navalhas invisíveis quando Giovanni Bianchi desceu do carro preto, jogando as chaves para o manobrista sem sequer olhar para trás.
Seus passos eram firmes, pesados, ecoando pelas escadas estreitas e luxuosas do The Black Room. O segurança o reconheceu de imediato e abriu caminho.
Ao entrar, a penumbra envolveu seu corpo como um velho manto. O cheiro de couro, perfume e luxúria impregnava o ar denso. Sussurros e gemidos ecoavam pelas paredes. Máscaras, corpos nus, submissões acontecendo em todos os cantos.
Mas Giovanni não enxergava nada disso. Ele só via a própria maldita fraqueza estampada em sua mente.
Sophia.
A imagem dela o dilacerava. A sensação de seus olhos verdes, da fé ingênua que ela depositava nele, era um tormento que ele precisava esmagar. Foi quando o administrador do clube se aproximou.
— Dom Bianchi… — disse o homem, com um sorriso servil. — Que surpresa vê-lo esta noite.
Giovanni o encarou com olhos frios como aço.
— Pre