Algumas horas depois…
O céu era um tapete de nuvens densas recortado pelo voo firme do jato particular que cruzava os céus rumo à América. O silêncio da cabine, quebrado apenas pelo ronco suave dos motores, criava uma atmosfera de isolamento luxuoso, quase íntima. Giovanni Bianchi estava sentado na poltrona larga de couro preto, as pernas cruzadas, o olhar perdido além da janela ovalada. Mas ele não via o céu lá fora. Ele via Marie. Via Nora. E sentia o sangue ferver com o tipo de raiva que queimava em silêncio.
Marie estava de volta. E havia se aproximado de sua filha.
A mandíbula de Giovanni se contraía de tempos em tempos, mesmo que o corpo permanecesse numa rigidez controlada, como se cada músculo estivesse sob domínio absoluto de sua mente. Mas por dentro… por dentro, o caos. A simples ideia de Marie rondando a inocência de sua filha era suficiente para provocar nele uma fúria quase assassina. Ela não tinha o direito, ninguém deveria se aproximar de sua família. Ele não pode per