O relógio digital cravado sobre a lareira moderna exibia os números, 16h43 quando Giovanni Bianchi entrou em seu escritório privativo no último andar da cobertura do hotel em que estava hospedado. O ambiente estava mergulhado numa penumbra cinza, banhado pela luz fria do entardecer, que se filtrava pelas vidraças amplas como se a própria cidade respirasse devagar antes da queda da noite.
Seus sapatos italianos, feitos sob medida, não faziam som sobre o mármore negro polido, como se até o piso respeitasse o silêncio de um homem acostumado a entrar onde quisesse sem ser anunciado.
A cidade pulsava lá fora, mas ali dentro o tempo parecia suspenso.
Moscou era um gigante adormecido sob o céu carregado, e Giovanni&hellip