A luz fria que se filtrava pelas janelas altas da cobertura desenhava linhas prateadas sobre o chão de mármore negro, como se Moscou inteira tivesse sido esculpida em gelo e silêncio.
Lá fora, a cidade pulsava indiferente. O tráfego deslizava como artérias vivas sob um céu cinzento, sem imaginar a tensão que se acumulava dentro daquele quarto.
Dentro daquele homem.
Giovanni Bianchi permanecia imóvel diante da janela, como uma estátua de mármore escuro, com os braços cruzados atrás do corpo, os ombros duros, e o olhar perdido no horizonte de concreto. Um predador silencioso, forjado por guerras invisíveis e pactos de sangue.
A tela do celular, esquecida sobre a bancada de vidro, ainda exibia a última notificação: