O relógio marcava 19h57 quando o som grave do motor de um carro de luxo ecoou pela rua estreita do bairro modesto onde Sophia morava. O veículo preto, de linhas elegantes e janelas escuras, parou diante da casa com precisão cirúrgica, como se cada segundo e cada movimento tivesse sido ensaiado.Sophia estava sentada na beira do sofá, com as pernas cruzadas, as mãos repousando sobre o colo e o coração em um ritmo descompassado. Os cabelos estavam perfeitamente soltos sobre os ombros, e o vestido perolado de seda moldava seu corpo com uma perfeição quase pecaminosa. O perfume suave e envolvente que ela havia escolhido parecia dançar no ar ao seu redor.Ela ainda não havia recebido nenhuma mensagem, nenhum comando, mas sabia que ele viria.E como se seu pensamento tivesse invocado o momento, o celular vibrou sobre a mesinha ao seu lado.“Saia!”Duas palavras foram suficientes para que seu corpo reagisse com um arrepio involuntário. Sophia se levantou de imediato, agradecendo mentalmente
Giovanni retirou a mão do meio das pernas de Sophia com a mesma lentidão e firmeza com que a havia tocado. Seus olhos a devoravam, intensos, sombrios, e agora tomados por uma decisão inabalável. Ela mal conseguia se manter de pé. O corpo trêmulo, a respiração descompassada. Ainda encostada à parede fria, sentia o toque dele queimando em sua pele, como se tivesse sido marcada por dentro.Sem dizer nada, ele entrelaçou os dedos aos dela e a puxou pelo corredor com passos decididos. O som dos saltos dela ecoava baixo no chão de madeira escura, enquanto passavam por ambientes modernos e sóbrios, tons neutros, linhas limpas, arte refinada e silenciosa. Tudo naquele apartamento era como ele: elegante, contido, perigoso.Mas havia uma porta diferente.No final do corredor, uma porta de madeira preta com uma maçaneta de ferro trabalhado. Giovanni parou diante dela. Tirou um pequeno chaveiro do bolso e destrancou a fechadura com um clique que soou mais alto do que deveria. O coração de Sophia
Sophia RomanoAs palavras dele ainda ecoavam no ar, promessas roucas que se entranharam na minha pele como tatuagens invisíveis.“Boas meninas corajosas… merecem ser recompensadas.”Não sei quanto tempo se passou desde que ele disse isso. Minutos? Horas? Ou apenas segundos? Não importa. Porque quando Giovanni fala, o tempo para. O mundo se curva ao redor dele. E eu… eu me desfaço.Meu corpo ainda estava marcado. As palmas dele haviam deixado mais do que vermelhidões; haviam deixado rastros de fogo, de desejo, de submissão. E o pior de tudo?Eu queria mais.Eu estava ajoelhada na cama, os joelhos cravados no colchão macio, os punhos apertando os lençóis como se aquilo fosse me manter sã. Minha respiração estava ofegante, meu coração? Era como um tambor que pulsava enlouquecido dentro do peito.— Está pronta? — ele perguntou, com aquela voz que era puro pecado.Assenti, mas minha voz não saiu. Só consegui baixar a cabeça, expor ainda mais a curva da minha nuca para ele, como uma oferend
Giovanni BianchiA porta do banheiro se fechou atrás de mim com um clique suave, abafando os sons do quarto, abafando o som do gemido de Sophia ainda ecoando na minha cabeça.Apoiei as mãos na pia de mármore, respirei fundo, tentando recuperar o controle. Mas não adiantava. Eu ainda sentia o corpo dela. Sentia o calor úmido que me envolveu como um convite infernal, os gemidos desesperados que ela tentou conter e falhou. E, acima de tudo, a forma como ela se entregou.Inferno.Minha pele ainda ardia, o corpo tenso, como se estivesse à beira de algo que eu não conseguia controlar e isso me irritava. Eu nunca perdia o controle, jamais.Mas ela… Ela me incendiava.Olhei a minha imagem no espelho. Os cabelos assanhados, o corpo tatuado cobrindo marcas de um passado que eu procuro esquecer. Fechei os olhos, deixando a água fria correr entre os dedos. Eu precisava apagar o fogo, pelo menos por fora. Porque por dentro, era tarde demais. Sophia havia me marcado. Não apenas com o corpo que eu
O silêncio do quarto era cortado apenas pelo som baixo da respiração de Sophia. A escuridão envolvia o ambiente, mas seus sentidos estavam em alerta. Ela abriu os olhos lentamente, sentindo o peso do cansaço em seus membros e, ao mesmo tempo, o calor ainda presente entre suas pernas. O lençol escorregava sobre sua pele nua, revelando o corpo marcado e ainda sensível.Ela estava sozinha.Giovanni não estava ali. O lado dele da cama estava vazio, frio.Sentou-se devagar, com o corpo ainda dolorido da sessão anterior. Sentia o ardor sutil em suas nádegas como um lembrete íntimo de quem era agora, de quem pertencia.E, apesar da leve dor, um calor crescia novamente dentro dela, misturado com a memória de ser tomada, punida, adorada… Subjugada.Desceu da cama, nua, os pés descalços tocaram o chão de madeira. Ao lado da cama, jogada com descuido, estava uma camisa de Giovanni. Ela a pegou, levou até o rosto e inalou o cheiro dele: amadeirado, selvagem, dominador. Vestiu a camisa, que caiu l
Giovanni sorriu, e em um movimento firme, abaixou sua calça apenas o suficiente. Com uma das mãos ainda segurando o quadril dela, guiou-se até sua entrada e a penetrou com lentidão cruel, como se saboreasse cada centímetro.Sophia gritou.Não de dor, mas de rendição.A sensação de tê-lo dentro de si novamente era mais do que prazer.Era retorno, reconhecimento, totalidade.— Boa menina. — ele murmurou, aumentando a velocidade das estocadas, cada uma mais firme, mais profunda, mais possessiva.A sala se encheu com os sons do desejo: os gemidos de Sophia, os grunhidos roucos de Giovanni, a respiração ofegante, o som do impacto de seus corpos em perfeita sintonia.Ele se inclinou sobre ela, a mão deslizando para seu peito, segurando-a firme, os lábios colados à sua orelha enquanto sussurrava:— Você é minha obsessão. Minha submissão perfeita. E agora… você vai gozar só quando eu mandar. Entendido?— S-sim… senhor… — ela respondeu, tremendo sob ele.Giovanni cravou os dedos em sua cintura
Sophia ficou ali, parada, imóvel, ouvindo a porta se fechar com um clique abafado. Estava novamente sozinha, mas agora ainda mais confusa. Ela olhou para a caixa na cama. O presente, o novo símbolo de posse e sentiu o peso das palavras da ruiva em cada batida do coração.“Não se apaixone.” “Eu sou você amanhã”Mas será que ela ainda conseguia evitar? Ou o estrago… já estava feito?O quarto estava em silêncio novamente, mas não era o mesmo de antes. A presença da mulher ruiva, sua voz, suas palavras, tudo pairava no ar como um perfume doce e venenoso. Sophia se aproximou da cama com passos lentos, o roupão ainda amarrado ao corpo, a pele fria apesar da tensão que percorria cada centímetro seu.Engoliu seco. Sentia todo o corpo tremer, não sabia se era pelo frio da manhã, ou pelo calor sufocante do que sentia dentro do peito.“Ele vai te quebrar.”A frase repetia-se como um mantra venenoso em sua mente.Mas… será que ela já não estava quebrada?Com dedos hesitantes, Sophia abriu a cai
O nome fazia jus ao lugar. Nada ali era comum. Nem a iluminação suave das arandelas douradas que se espalhavam pelas paredes de veludo escuro, nem os sussurros abafados entre os frequentadores mascarados, e muito menos os olhares carregados de promessas silenciosas que cortavam o salão feito lâminas sutis.Era um santuário de dominação, de entrega. Um lugar onde a verdade se vestia de silêncio e o desejo se manifestava em gestos calculados, olhares prolongados, comandos murmurados no escuro.Sophia desceu do carro com o coração acelerado, as pernas levemente trêmulas sob o tecido macio do vestido preto justo, que abraçava seu corpo como uma segunda pele. Um corte profundo nas costas revelava mais do que escondia. Era provocante, elegante, feito para seduzir sem dizer uma palavra.E ali estava ele.Giovanni Bianchi.Esperando por ela logo na entrada do clube, impecável em um terno negro de alfaiataria italiana. A camisa era de um tom grafite escuro, sem gravata, o colarinho aberto no