As manhãs ao lado de Apollo tornaram-se um refúgio para Laura. Desde o confronto no mirante, ela tentava manter a rotina, proteger o café, e, acima de tudo, proteger o que sentia. A tensão ainda rondava, como uma brisa gélida soprando pelas rachaduras das paredes. Mas, com Apollo por perto, tudo parecia suportável.
Ou quase tudo.
**
Naquela segunda-feira, Laura acordou com uma sensação estranha. Como se estivesse sendo observada. Olhou ao redor do quarto e respirou fundo. Era só o silêncio. O mesmo silêncio que já havia sido companheiro por tanto tempo, mas que agora parecia carregar algo mais… algo escuro.
Ela se levantou devagar, foi até a varanda do apartamento. Lá embaixo, tudo parecia normal. Mas algo em seu coração insistia em alertá-la. Apollo ainda dormia, os cabelos bagunçados, o peito subindo e descendo em um ritmo calmo. Laura não quis acordá-lo. Preferiu guardar o desconforto para si.
**
Enquanto isso, a poucos quarteirões dali, Davi observava a tela do computador com olho