O hospital acordou com sua rotina habitual: alarmes apitando, pacientes sendo transferidos, médicos correndo de um lado para o outro. Mas havia algo diferente no ar naquela manhã. Algo sutil… e ao mesmo tempo gritante para quem prestasse atenção.
Rafael e Helena estavam mudados.
Não drasticamente. Não escandalosamente.
Mas visivelmente.
Os olhares demoravam um segundo a mais. Os toques profissionais se tornavam involuntários, quase íntimos. A presença de um era automaticamente percebida pelo outro, como se os dois operassem em sintonia inconsciente.
E isso não passou despercebido.
— Você viu? — murmurou Clara, encostada no balcão da enfermagem. — Eles chegaram praticamente juntos. E estavam sorrindo.
João ergueu uma sobrancelha, cético.
— Rafael Moretti? Sorrindo? Tá brincando.
— Estou falando sério. Aquilo ali não é só café bom, não — Clara rebateu com um sorrisinho cúmplice.
Dentro da sala de trauma, Rafael avaliava os exames de um paciente, enquanto Helena fazia o curativo em outro