A manhã nasceu calma, como se o próprio mundo sussurrasse que aquele era um dia especial. As nuvens, antes carregadas de lembranças amargas, haviam cedido lugar a um céu limpo, azul-claro, com o sol banhando suavemente o jardim do hospital.
Pássaros pousavam nos galhos altos como se fossem testemunhas silenciosas do recomeço.O cenário era simples, mas carregado de sentimento. Entre árvores altas e lençóis brancos pendurados como véus dançantes ao vento, as cadeiras estavam alinhadas com pétalas de peônia espalhadas pelo caminho central. O arco de flores, cuidadosamente preparado por Clara e os enfermeiros, emoldurava o altar com tons de rosa, branco e verde. Tudo pulsava como um coração que finalmente se acalmara.Rafael, de pé ao lado do Dr. Salomão, vestia um terno cinza claro. Nada pomposo. Mas ele nunca estivera tão bonito. Não era o corte do terno — era o brilho nos olhos. Era a paz, depois da tempestade. O amor, depois da dor.Do outro lado