Dois meses depois...
Em um dos prédios mais altos de Chicago, encaro a movimentação lá embaixo.
Daquele ponto, a cidade parece um organismo vivo — os carros se arrastam como veias pulsando entre as avenidas, os prédios menores parecem maquetes, e as pessoas viram apenas sombras apressadas. O rio corta a paisagem como um traço de tinta escura, refletindo a iluminação da cidade como se fosse vidro líquido.
Bebo um gole do licor sentindo o líquido queimar a garganta, me sentindo um pouco desinteressado.
Estava esperando Bruno chegar. Assim que a porta se abriu, me virei de costas para a janela e retornei à mesa.
— Não me olha com essa cara emburrada. Eu não tenho culpa se não consegui nada. — ele puxa a cadeira e se jogar nela, jogando uma pasta sobre a mesa com descaso.
Encarei a pasta.
— Como assim nada?
— A garota é invisível. Parece que nunca existiu. Não tem registro em lugar nenhum do Japão. Nenhuma pista, nenhum traço.
Apertei a mandíbula. — Temos que encontrar.