Resolvi levar Harumi para um passeio de barco depois daquela conversa sufocante no escritório.
Eu precisava respirar.
Outra noite, eu teria bebido até cair. Talvez teria me perdido no corpo de alguma das minhas garotas.
Mas não hoje.
Agora tem Harumi.
E eu não quero mais ninguém.
Ainda no escritório, mandei Bruno preparar tudo. Meia hora depois, o barco estava pronto.
Quando chegamos ao píer, os seguranças já nos esperavam. Um deles se aproximou.
— A embarcação está pronta, senhor. Tudo sob controle.
Assenti. Sem cabeça para conversa.
Só queria silêncio. Só queria ela.
Um pedaço de paz, ainda que fosse ilusão.
Segurei a mão dela enquanto a guiava até o barco. Seus dedos frios, mas firmes, se entrelaçaram nos meus. Estranho. Era como se eu estivesse conduzindo algo frágil. Mas, ao mesmo tempo, impossível de domar.
E talvez ela fosse exatamente isso.
Frágil por fora. Selvagem por dentro.
Apoiei a mão em sua cintura, ajudando-a a subir. O olhar dela caiu sobre mim, desconfiado. Quase ten