— Não vou descontar minha raiva em você. — Long puxa a cadeira enferrujada no canto e se senta.
Apoia os cotovelos nos joelhos, as mãos entrelaçadas, e fixa o olhar no chão. Seus olhos parecem vazios, como se estivessem presos em alguma lembrança distante.
— Ela quase morreu hoje… — diz, a voz embargada. — Se eu não tivesse ido procurá-la naquele quarto maldito, seria tarde demais.
Franzi a testa, cruzando os braços. Dou um passo em sua direção, tentando compreender a súbita mudança em seu humor.
— Quem? — questiono, mesmo já desconfiando da resposta.
— Harumi. — sussurra, como se pronunciar o nome dela fosse um pecado. — Eles vão matá-la, Leonardo. Vão usá-la até que não sobre nada além de um corpo frio e marcado. Toda vez que a Cosa Nostra revida, toda vez que tiram algo deles, é ela quem paga o preço. Com sangue. Com dor. Como se fosse a culpada quando, na verdade, sempre foi a vítima. Desde que chegou aqui, o alvo do ódio deles tem sido ela, por causa do sangue que corre em suas v