Estou acordada há horas, mas sem a mínima vontade de sair da cama. Mika já veio, organizou a casa, preparou o almoço e saiu. Long também passou, levou algo para Leonardo comer, então não preciso me preocupar com mais nada... a não ser com a tarefa exaustiva de me recuperar.
Mas às vezes... às vezes eu me pergunto se vale mesmo a pena lutar para ficar bem. Porque parece que toda vez que consigo me levantar, a vida vem e me quebra de novo. E mesmo assim... essa maldita esperança não morre. Não me deixa morrer.
É ela quem sussurra, lá no fundo, que eu ainda posso sair daqui. Que ainda existe um caminho. Que um milagre pode acontecer. E o pior é que eu acredito.
Deixo a lágrima que insiste em cair... cair.
Eu não preciso ser forte o tempo todo. Às vezes é bom chorar. É bom deixar a tristeza sair devagar, escorrer pelos olhos, soluçar baixinho até o sono me encontrar de novo.
Ouço a porta do alçapão se abrir. Não me mexo. Talvez seja Leonardo vindo usar o banheiro.
Long me disse que agora