Capítulo 44
“O amor cresce onde há espaço e coragem para permanecer.”A semana passou como as marés: com idas e voltas silenciosas, deixando rastros delicados por onde tocava.Desde que Miguel me visitou, era como se uma nova janela tivesse se aberto entre nós. A brisa que entrava por ela não era feita de urgência, mas de certeza. E isso, para quem já viveu relacionamentos barulhentos demais, era uma forma de amor que doía de tão suave.Nos falávamos todos os dias. Mensagens curtas. Chamadas rápidas. Pequenas partilhas do cotidiano. Ele me mandava fotos do jardim nos fundos do casarão, agora florido, como se o tempo também estivesse se abrindo ali. E eu mandava para ele trechos dos meus cadernos, anotações sobre texturas de parede, ideias para a exposição que a Fundação queria montar sobre o processo de restauração.Mas naquele final de semana, algo novo surgiu: um convite da Prefeitura de Paraty para uma apresentação cultural com todos o