Rian operava silenciosamente no setor de análise biológica. Os instrumentos automatizados ao seu redor zumbiam em ciclos precisos, mas ele preferia confiar nos próprios sentidos. Seu corpo, antes um invólucro fragilizado, agora parecia funcional — adaptado, eficiente. As mãos deslizavam sobre os painéis translúcidos enquanto processava amostras, verificava fluxos, seguia protocolos que antes desconhecia, mas que agora lhe eram naturais, como se sempre houvesse pertencido àquela função.
Aura-7 o monitorava à distância, conectada às rotinas, pronta para intervir caso houvesse qualquer falha ou desvio. Ela conhecia o risco: Rian não era apenas um servidor adaptado — era um elemento instável, com memórias fragmentadas e motivações que escapavam aos cálculos frios da colônia. Mas, ainda assim, ela o apoiava. Não apenas por lealdade a ele, mas por receio. O Cérebro Superior já havia sinalizado sua desconfiança sobre todos os envolvidos nesta anomalia — especialmente ela mesma.
Kaela Nur os