– Eduardo
Há silêncios que gritam.
E há dias em que o grito é o primeiro som que o coração entende.
Acordei com uma sensação estranha — aquela ausência que o corpo reconhece antes mesmo da mente, um aperto no peito horrível que me sufocava.
A cama estava fria do meu lado.
Estendi a mão, e o vazio respondeu.
— Lua? — chamei, ainda meio sonolento.
Nada.
Apenas o som distante da chuva batendo nas janelas da casa.
Pisquei algumas vezes, tentando afastar a confusão, mas o peito já sabia: alguma coisa estava errada.
Aquele tipo de errada que queima antes de doer.
Levantei de um salto, ainda mancando, peguei o andador, o meu coração estava batend acelerado, parecendo uma escola de samba dentro do meu peito.
A casa estava silenciosa demais.
Amber dormia no quarto de hóspedes, Sol no dela.
Tudo parecia no lugar… menos ela, menos a minha Lua, a minha luz.
Meu primeiro instinto foi negar.
“Ela só foi tomar um ar”, pensei. “Foi rezar, foi respirar, foi chorar sozinha como sempre faz quando o med