(Lua)
Os dias em Boston tinham começado a ganhar um ritmo quase suportável. Eduardo, aos poucos, encontrava pequenas vitórias nas sessões com Amber: ficar em pé por alguns minutos, andar até o jardim, subir meio degrau com esforço. Eu celebrava cada conquista dele como se fosse minha, mas havia algo que me incomodava profundamente.
Amber...
No início, eu tentava me convencer de que era paranoia minha. Talvez fosse só o fato de outra mulher estar passando horas dentro da nossa casa, tocando o corpo do homem que eu amava — mesmo que de forma profissional. Só que, quanto mais o tempo passava, mais eu percebia algo errado.
Amber parecia… diferente. Não era apenas atenciosa com Eduardo. Era como se estivesse distraída, perdida em pensamentos, constantemente com o celular na mão. Às vezes, no meio de um exercício, ela checava a tela, e eu via um brilho nos olhos que não era de alguém lendo mensagens da família ou de colegas de trabalho. Era outra coisa.
No começo, observei em silêncio. Eu n