Capítulo 62 Eu precisava revelar a verdade.
(Augusto pai de Eduardo e Thiago)
Nunca pensei que a porta da casa do meu filho pesaria tanto.
Ao cruzar o hall daquela residência em Boston, senti como se carregasse todos os anos de silêncio, todos os erros e escolhas malditas que me trouxeram até ali. A expressão de Eduardo — surpresa, raiva, repulsa — foi exatamente a que eu temia. E, ainda assim, estava preparado para enfrentá-la.
Mas quando sua voz ecoou, áspera e carregada de ódio, percebi que nenhuma preparação bastava.
— O que você está fazendo aqui? — ele perguntou, a mandíbula contraída, as mãos trêmulas sobre as muletas.
Eu inspirei fundo, tentando manter o tom calmo. — Vim conversar. Precisamos resolver coisas que ficaram pendentes.
Thiago, ao meu lado, parecia um vulto. Olhava para o chão, como se quisesse desaparecer. E aquilo me feria tanto quanto os olhos de Eduardo, que me atravessavam como lâminas.
— Resolver? — Eduardo riu, amargo. — Você traz o Thiago para a minha casa e fala em resolver?
Meu filho mais velho.
E m