Capítulo 53, Ele nunca mais estará sozinho.
(Lua )
O tempo entre a notícia da cirurgia e o momento em que pude ver Eduardo novamente pareceu uma eternidade. O médico havia dito que ele estava na UTI, em observação, e que as próximas horas seriam decisivas. Eu repetia aquelas palavras mentalmente como um mantra, tentando acreditar que, apesar de toda a fragilidade, ele estava vivo — e isso já era um milagre.
Quando finalmente liberaram a visita, minhas pernas estremeceram. O corredor da UTI era frio, iluminado por luzes artificiais que pareciam não aquecer nada, apenas expor cada detalhe da dor. O cheiro de álcool e remédio se misturava ao som constante dos monitores cardíacos. A cada bip, meu coração parecia responder, como se estivesse conectado àqueles aparelhos.
A enfermeira me guiou até o leito de Eduardo. Eu achava que estava preparada, mas a visão dele me atingiu como um soco no estômago.
Ele estava pálido, mais do que eu lembrava. Havia fios, tubos, máquinas ao redor. O peito subia e descia devagar, auxiliado pelos apare