Capítulo 137, Deus nos trouxe esperança.
— Visão de Henry
O hospital ainda estava escuro quando cheguei ao vestiário cirúrgico.
Era cedo demais. Silencioso demais. E pesado demais.
O corredor parecia mais longo do que nunca, como se cada passo me levasse não apenas para uma cirurgia, mas para um ponto sem retorno da minha própria vida.
Eu já entrei em salas cirúrgicas centenas de vezes. Já segurei corações minúsculos. Já tomei decisões que mudaram destinos inteiros.
Mas nunca… Nunca foi o coração do meu filho.
Abri o armário metálico e fiquei alguns segundos parado, encarando o avental dobrado. Minhas mãos estavam firmes — isso me surpreendeu. O corpo parecia funcionar no automático, treinado para agir mesmo quando a alma quer fugir.
Mas por dentro… Por dentro eu estava em guerra.
“Você é médico.” “Você é pai.” “Hoje, você precisa ser os dois.”
Vesti a roupa cirúrgica devagar. Touca. Máscara. Luvas ainda não.
Respirei fundo.
Victor.
O nome ecoava em mim como uma oração e uma promessa ao mesmo tempo.
Lembrei da primeira vez q