Capítulo 119, Entre a vida e o abismo.
(Visão de Henry)
Eu sempre acreditei que hospitais eram lugares sagrados — templos onde a vida era defendida com unhas, dentes e todo conhecimento humano disponível.
Mas naquele dia, enquanto eu caminhava pelos corredores cheios de ecos e cheiro de antisséptico, essa fé vacilou.
Não por causa da medicina.
Mas por causa das pessoas.
Eu tinha acabado de deixar o café na mesa quando o diretor do hospital, Dr. Samuel — meu chefe… e pai de Jennifer — pediu para me encontrar imediatamente na diretoria. A mensagem não dizia o motivo, mas eu sabia.
Desde a queda de Amber na escada, eu sabia que esse momento viria.
Entrei na sala.
Ele estava sentado atrás da mesa de mogno, as mãos unidas como se estivesse rezando. Não levantou. Não sorriu. Apenas disse:
— Henry, precisamos conversar como homens racionais.
Racionais.
Era exatamente o que eu menos conseguia ser desde o momento em que Amber rolou aqueles degraus e eu vi sangue nela.
Sentei devagar.
— O que o senhor quer?
— Que você repense seu pe