Capítulo 111 A condenação, amanhã será um recomeço.
Visão de Eduardo
Acordei antes do sol nascer.
O relógio no criado-mudo marcava cinco e quarenta e dois da manhã, mas meu corpo ainda estava em outro fuso.
Nova York dormia.
Lua dormia.
E, pela primeira vez em muito tempo, eu não queria acordar ninguém.
Peguei o celular e abri a câmera.
A imagem apareceu meio tremida, e o quarto delas estava na penumbra.
Lua dormia no meio da cama, o cabelo espalhado no travesseiro.
De um lado, Sol — enroscada num cobertor com desenhos de estrelas —, e do outro, Ester, mamando devagar, ainda meio sonolenta.
Fiquei ali, em silêncio, observando aquele pedaço do meu mundo que me esperava do outro lado do oceano.
Toquei a tela, ampliando o rostinho de Ester, tão pequena, tão tranquila, e sussurrei pra mim mesmo:
— Por vocês, eu aguento.
Matthew apareceu no corredor do hotel meia hora depois, já de terno, carregando pastas e uma xícara de café.
— Pronto, campeão? — perguntou.
Assenti.
— Pronto pra acabar com o que começou.
O tribunal parecia o mesmo, mas o