A urgência sussurrada de Ethan – "Precisamos conversar" – vibrava no ar da noite, ressoando na mente de Mary enquanto o carro deslizava em silêncio quase reverente pela alameda arborizada, afastando-se do brilho ofuscante e da agitação artificial do baile de gala. O interior luxuoso do veículo parecia um casulo, denso com uma antecipação tensa que abafava qualquer som da cidade distante, transformando a jornada de retorno em um prelúdio carregado de significado. Mary sentia o coração acelerar, um ritmo descompassado de apreensão e uma estranha, quase assustadora, esperança se agitando dentro dela. Ela sabia, com uma certeza instintiva, que a conversa que se avizinhava seria um divisor de águas, e a gravidade silenciosa no semblante de Ethan, mesmo na penumbra discreta do carro, confirmava sua intuição mais profunda.
Ao chegarem à imponente mansão, a quietude parecia ainda mais profunda, quase opressora, em contraste com a cacofonia festiva que haviam acabado de deixar. Ethan, com um s