A atmosfera na imponente mansão Carter havia se transformado em algo mais sutil do que a mera formalidade inicial. Uma corrente de entendimento tácito, quase imperceptível aos olhos externos, agora ligava Mary e Ethan. O livro de poemas, um presente silencioso, repousava na mesa de cabeceira de Mary como um símbolo tangível de uma conexão que ousava florescer para além das frias letras do contrato. No entanto, uma cautela mútua pairava, como um véu fino, lembrando a ambos da fragilidade de seu arranjo e da incerteza do futuro.
Uma tarde, buscando um respiro da opulência sufocante da casa, Mary encontrou consolo no calor úmido e no perfume exótico da estufa. Entre as folhas verdejantes e as cores vibrantes das flores tropicais, ela dedicava-se aos cuidados delicados das orquídeas. Foi ali que Ethan a encontrou, parado na entrada, observando seus movimentos suaves com um olhar contemplativo, distante.
"Minha mãe nutria uma paixão especial por orquídeas," ele comentou, a voz carregada de