Laís
O domingo nasceu com sol preguiçoso, derramando luz pelas telhas antigas do centro. À medida que me aproximei da praça, o coração batia acelerado. Nunca tinha visto aquele espaço tão vivo logo cedo: voluntários carregando bancos de madeira, jovens estendendo esteiras coloridas, crianças correndo com balões verdes e amarelos. No meio da movimentação, Eduardo e Lucas montavam um som improvisado com caixas emprestadas de uma escola. Rafaela organizava inscrições em uma prancheta, enquanto Gabriela circulava com energia, animando todo mundo como se fosse mestra de cerimônias.
Dona Tereza e tia Zuleica chegaram com uma mesa coberta de toalha florida. Em cima, bolo de fubá, garrafas térmicas com café e chá, biscoitos de polvilho. — Palavra sem café não segura — disse Tereza, rindo. — E bolo é pra lembrar que raiz também é doce.
A praça cheirava a mistura de café fresco e esperança.
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Nanda tomou a dianteira com sua calma habitual. Sentou-se no círculo e esperou que todos se acomodass