Laís
O sábado amanheceu com cheiro de pão no forno. A ONG parecia respirar diferente: portões abertos, faixas coloridas penduradas, mesas improvisadas no pátio. Dona Tereza chegou primeiro, trazendo duas travessas de bolo de fubá ainda quente. Logo atrás, tia Zuleica apareceu com uma cesta cheia de pães de queijo e garrafas de suco. As duas se cumprimentaram com risos e lembranças, ocupando a cozinha como se fosse delas desde sempre.
— Hoje ninguém passa fome aqui. — disse Dona Tereza, ajeitando o avental.
O sol ainda subia e já havia crianças correndo com regadores na mão, voluntários distribuindo mudas, jovens pintando murais na lateral do prédio. O som de uma caixa de som portátil tocava músicas regionais, deixando o ambiente com ar de festa de bairro. O cheiro de terra molhada se misturava ao de café fresco. A ONG nunca esteve tão viva.
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Eduardo
Olhei ao redor e senti o peito pesar — mas dessa vez de orgulho. Breno subia em uma escada para pendurar uma faixa: “Raízes Vivas — Pl