Laís
Na manhã seguinte à coletiva, a cidade parecia respirar diferente. O ar ainda tinha poeira de boatos, mas agora vinha misturado com aplausos e mensagens de apoio. Na rádio comunitária, a manchete era clara: “ONG apresenta contas com transparência e comunidade reage em defesa”. Um dos jornais locais estampava: “Cuidar da terra é cuidar da cidade: projeto convence população”.
No celular, mensagens se multiplicavam. Professores agradeciam, famílias mandavam fotos de crianças regando plantas com frases como: “Eles acreditam em vocês”. Até vizinhos distantes, que antes só observavam, escreviam palavras de incentivo. Era como se a sala cheia do auditório tivesse se multiplicado em vozes espalhadas pela cidade. O que antes era silêncio desconfiado, agora se transformava em pequenas declarações de fé.
Na ONG, o ambiente era outro. A mesa, antes coberta por relatórios e olhares tensos, agora tinha bolo caseiro, café fresco e até flores deixadas por voluntários. Nanda distribuiu tarefas co