Laís
A manhã começou com cheiro de café fresco na copa da ONG e o coração leve do dia anterior. Dormir ao lado de Eduardo, depois da reconciliação, tinha dado à minha alma uma trégua rara. Mas logo percebi que a semana não estava disposta a nos dar descanso. Nanda já estava na sala de reuniões, cercada por papéis, quando entrei com meu caderno. Eduardo ajeitava o projetor, o semblante concentrado, mas os olhos ainda guardavam o brilho da noite.
Gabriela e Rafaela chegaram juntas, falando alto. — Vocês viram? — Rafaela levantava o celular. — A reportagem da ONG viralizou nos grupos de professores. Tem mais de 200 compartilhamentos!
Gabriela completou: — Até minha tia, que nem sabe ligar o micro-ondas, me mandou no WhatsApp com um “olha a sua amiga famosa”.
Todos rimos. Era bom sentir reconhecimento. Breno entrou logo depois, atrasado e com uma sacola na mão. — Trouxe pão de queijo, porque sei que vocês só lembram de comer quando quase desmaiam. — jogou sobre a mesa, arrancando risadas