Laís
A festa parecia não querer acabar. Depois do “sim”, a praça continuava vibrando, como se Santa Amora tivesse decidido parar o tempo para nos celebrar. As mesas estavam cobertas de bolo simples e vinho artesanal, crianças corriam com pétalas nas mãos e os amigos dançavam ao som do violão de Breno. Rafaela, já um pouco alegre com espumante, arrastava Gabriela para o meio da roda, enquanto Lucas tentava acompanhá-las batendo palmas, rindo do próprio descompasso.
Eu e Eduardo trocávamos olhares silenciosos no meio da multidão. Era como se o resto fosse ruído e nós dois fôssemos música. Cada vez que ele se aproximava, os ombros esbarrando nos meus, eu sentia o corpo pedir pressa — mas a cidade inteira nos cercava. Breno percebeu e gritou:
— Agora some, noivo! A gente entende o recado! — provocou, arrancando gargalhadas.
Eduardo pegou minha mão e, sem pedir licença, me puxou para fora da praça. Rafaela correu atrás para jogar pétalas sobre mim, Gabriela me abraçou forte e sussurrou “se