Laís
O sábado amanheceu com uma energia elétrica em Santa Amora. Cada esquina parecia falar do casamento. Na padaria, ouvi duas senhoras discutindo se o bolo seria de frutas cristalizadas ou de nozes. No mercado, um garoto correu gritando “viva os noivos” enquanto equilibrava uma sacola de pão. Era como se a cidade inteira tivesse decidido respirar por nós.
Antes do altar, havia a festa de agradecimento da ONG, marcada para a manhã. Cheguei cedo com Rafaela e Gabriela, que carregavam flores e enfeites coloridos. Eduardo já estava lá, de camisa branca arregaçada nos braços, ajeitando o projetor. O suor na testa e o sorriso no rosto fizeram meu coração disparar. Trocamos olhares cúmplices, mas tentamos manter a compostura.
O salão comunitário estava cheio: crianças correndo com pipoca, professores das escolas parceiras, agricultores que doaram mudas, voluntários uniformizados. O clima era de conquista. Nanda, firme e vibrante, discursou sobre o impacto dos projetos, arrancando aplausos.