A segunda-feira chegou como uma onda forte. O sol mal tinha se firmado no céu e Eduardo já estava no telefone, tentando entender as decisões políticas por trás do corte de verbas. Laís, com a xícara de café nas mãos, escutava em silêncio enquanto ele falava com advogados e consultores da ONG.
A sala ainda carregava o perfume das velas da noite anterior, e o aroma de café fresco preenchia o ar, se misturando à tensão.
— Ele não pode fazer isso sem justificativa — disse Eduardo, assim que desligou uma das ligações.
— Mas ele fez — respondeu Laís, calma, porém firme. — E agora, a gente vai ter que reagir como dois líderes. Não como vítimas.
Ela estava sentada no sofá, com o notebook no colo, digitando um novo projeto para captação externa de recursos. A camisa larga escondia o corpo nu sob o tecido, resquício da noite intensa que haviam vivido. Mas agora, o foco era outro.
— Você me dá forças — ele disse, olhando para ela com gratidão. — Quando acho que vou quebrar, você me lembra que dá