Laís
Os dias seguintes ao bar foram diferentes. A sensação de ter escolhido Eduardo me dava força, mas as sombras não demoraram a se levantar. Na ONG, comentários começaram a circular — não apenas cochichos curiosos, mas insinuações maldosas.
— Claro que ela conseguiu esse destaque porque tá com o Eduardo — ouvi alguém dizer, sem se preocupar em baixar a voz. — Favores pessoais sempre rendem.
O sangue me subiu ao rosto. Gabriela, que estava perto, se virou na hora.
— Se vocês querem falar de trabalho, falem com fatos. Se querem falar de fofoca, vão pra praça. Aqui é lugar de gente séria.
Rafaela completou, ácida: — Inveja é feia, meninas. Ainda mais quando vem de quem nunca se destacou em nada.
Mesmo assim, as palavras ficaram em mim como farpas. Por mais que eu soubesse que era mentira, doía imaginar que estavam me reduzindo a isso.
***
Eduardo
Eu percebia a tensão em Laís, o jeito como seus ombros pesavam. Decidi falar com Clara, achando que talvez fosse possível encerrar a