O telefone tocou logo após o café da manhã. Laís atendeu com a xícara ainda na mão e o coração leve, até ouvir a voz do outro lado.
— Laís, bom dia! Aqui é a Valéria, da universidade. Tivemos um problema com a documentação do estágio. Nada grave, mas precisamos que você venha pessoalmente à capital resolver. De preferência essa semana.
Ela agradeceu, anotou os detalhes e desligou. Ficou parada por alguns segundos, olhando para a janela da cozinha. Do lado de fora, a praça começava a se encher. Pessoas andando, olhando, comentando. A cidade respirava como sempre, mas para ela, o ar parecia mais denso.
Eduardo entrou na cozinha e a viu pensativa.
— Aconteceu algo?
— Me ligaram da universidade. Preciso ir à capital resolver uns papéis do estágio. Uma falha no sistema, nada sério.
— Quando?
— Amanhã cedo.
Ele assentiu. — Quer que eu vá com você?
Ela hesitou. — Não. Acho que preciso ir sozinha.
O silêncio que se seguiu foi curto, mas cheio de significados. Eduardo entendeu. Não era só sobr