Na terça-feira, depois de dois dias de silêncios inquietantes e mensagens não enviadas, Laís decidiu que era hora de conversar. De frente com o espelho do banheiro da ONG, ajeitou os fios de cabelo que insistiam em cair no rosto e respirou fundo. Aquela angústia entre eles precisava acabar. Se Eduardo não procurava, ela procuraria.
Saiu da sala determinada, com o celular na mão, pronta para ligar. Mas, antes que pudesse discar, Gabriela surgiu pelo corredor.
— Tá pronta pro evento hoje à noite? — perguntou, animada.
Laís franziu a testa. — Evento?
— A palestra da secretaria de cultura. A ONG vai marcar presença. Eu coloquei seu nome na lista. Achei que sabia…
Laís respirou fundo. — Tudo bem. Eu vou.
Não era o momento que ela planejava, mas talvez fosse o momento que precisava.
***
Eduardo também foi. Contra a vontade. Sérgio o lembrou da importância da presença institucional e ele não podia faltar. Mesmo com a cabeça longe e o corpo cansado, vestiu a camisa social escura e foi.
O audi