Laís
O domingo amanheceu com preguiça boa e cheiro de pão na rua. O celular vibrou com dois toques.
[Eduardo – 08:11]
> Café na praça? Eu levo histórias novas se você levar esse sorriso que me desmonta.
[Laís – 08:13]
> Mesa de sempre. Eu levo o vento e a coragem.
Ela prendeu o cabelo num coque alto, vestiu um vestido leve e encontrou Dona Tereza na cozinha, polvilhando açúcar em bolinhos.
— Vai aonde com essa cara de quem já ganhou o dia? — perguntou a tia.
— Tomar café. E talvez assumir que a vida tá acontecendo.
— Leva guarda-chuva pro coração. Às vezes o céu clareia e, mesmo assim, chove por dentro.
— Se chover, eu danço.
A praça parecia mais nítida que de costume. Crianças no coreto, uma senhora com flores, a fonte borrifando a manhã. Eduardo a esperava de camiseta branca e mangas dobradas. Ao vê-la, abriu o sorriso que aquecia mais que sol.
— Bom dia, perigo — disse ele.
— Bom dia, teimosia — ela respondeu, abraçando-o um segundo a mais.
Na cafeteria, Dona Lúcia n