Na segunda-feira, Laís acordou com um aperto no peito. O fim de semana tinha sido silencioso demais. Eduardo parecia mais distante — não em gestos, mas em presença. Ele continuava carinhoso, mas algo em seu olhar parecia ocupado, distraído. E Laís não sabia se aquilo era apenas impressão ou a ponta de um iceberg.
Durante a tarde, enquanto revisava alguns relatórios na sala da ONG, viu a tela do celular de Eduardo se acender ao lado dele. Não conseguiu evitar de notar o nome: Clara. De novo. Mais uma vez.
Ele ignorou a notificação sem sequer olhar. Mas aquilo bastou para que algo incomodasse profundamente Laís. Fingiu continuar concentrada, mas as palavras já não faziam sentido.
Na saída, Eduardo a levou até o portão. Estava sorridente, leve. Encostou-se no carro dela e perguntou:
— Quer jantar hoje?
Ela hesitou.
— Pode ser. Mas... Eduardo, essa Clara. Ela tá sempre mandando mensagem?
Ele bufou, passando a mão pelos cabelos.
— Ah, Laís... A Clara foi um caso, coisa de uma noite. Eu de